quarta-feira, 13 de maio de 2015

Escassez de água no mundo em 2050


Segundo adverte a FAO e o Conselho Mundial de Água (CMA), em 2050, embora o cenário seja de água suficiente para a produção de alimentos para uma população mundial superior a 9 bilhões de pessoas, o consumo excessivo, a degradação dos recursos e o impacto das mudanças climáticas reduzirá a disponibilidade de água em muitas regiões, especialmente nos países em desenvolvimento.


O documento "Hacia un futuro con seguridad hidrica y alimentaria (Towards water and food secure future) enfatiza a necessidade de políticas governamentais e investimentos dos setores público e privado para assegurar que a produção agrícola, pastoril e pesqueira se realize de forma sustentável, promovendo a conservação dos recursos hídricos.

Foto: Consumo Consciente ABC
Essas atuações são essenciais para reduzir a pobreza, aumentar a renda e garantir a segurança alimentar de muitas pessoas que vivem nas zonas rurais e urbanas. "A segurança alimentar e hídrica estão estreitamente unidas. Cremos que desenvolvendo os enfoques locais e com os investimentos adequados, os líderes mundiais podem assegurar que haverá água em volume suficiente, com qualidade e acesso necessários para garantir a segurança alimentar em 2050", assinalou Benedito Braga, presidente do Conselho Mundial da Água. "A  essência do problema é adotar programas que incluam investimentos com benefícios de longo prazo, como a readequação de infraestruturas. A agricultura tem que seguir o caminho da sustentabilidade e não o da rentabilidade imediata".

"Em uma época de mudanças aceleradas e sem precedentes, nossa capacidade para promover uma alimentação adequada, inócua e nutritiva de forma sustentável e equitativa é mais relevante do que nunca. A água, como elemento insubstituível para a consecução deste fim, está sob pressão pela crescente demanda por outros usos, agravada por uma governança deficiente, falta de capacidade e falta de investimentos", afirmou a Diretora Geral Adjunta da FAO, Maria Helena Semedo.

Em algumas regiões do mundo, a agricultura intensiva, o desenvolvimento industrial e o crescimento das cidades são responsáveis pela contaminação das fontes de água. Para enfrentar a degradação e o desperdício da água, as instituições que gerenciam o recurso devem ser mais transparentes em seus mecanismos de regulação e fixação de preços, devendo outorgar direitos sobre a água de forma justa e inclusiva.

Os efeitos do aquecimento global, incluindo padrões irregulares de precipitação e temperatura e os fenômenos climáticos extremos mais frequentes - como secas e tempestades - deverão ter um impacto crescente, em particular sobre a agricultura e os recursos hídricos. As áreas com cobertura florestal (como o Cinturão Verde da cidade de São Paulo), são extremamente importantes para a produção e reservação de água: ao menos um terço das maiores cidades do mundo obtêm parte importante de sua água potável das áreas florestais. Essa constatação assinala a importância de intensificar esforços para proteger as florestas e as zonas montanhosas onde se origina grande parte da água doce no mundo. No caso da RBCV, essas políticas são urgentes e necessárias: o Cinturão Verde corresponde a apenas 7,6% do território do estado de São Paulo e contribui com a produção e reservação de 80% do volume de água outorgado pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica para abastecimento público no Estado de São Paulo!
Serra de Itaberaba. Foto: Francisco Honda











Livro: "Para um futuro com segurança hídrica e alimentar"
Editora: FAO & WWC
Páginas: 76 pág.
Escritório: Natural Resources and Environment Dept.


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