terça-feira, 19 de maio de 2015

Um pouco de história... com Marcos Sorrentino


Foto: CCA Escola de Comunicação e Artes da USP

Tenho entre as boas memórias da vida a lembrança de ter participado com Mauro e Vera Victor, em 1989, mais ou menos, de um evento na Cidade do México, promovido pela FAO, sobre a criação de um Programa de Formação de Jovens para atuarem com agrosilvicultura periurbana nas regiões metropolitanas da América Latina.
Graças ao empreendedorismo desse casal, consegui orientar um grupo de jovens estudantes universitários no diagnóstico da grande São Paulo e desenhamos a primeira proposta do Programa de Formação de Jovens da Reserva da Biosfera de São Paulo.
Com o diagnóstico encontramos a maravilhosa Ondalva Serrano e outras companheiras e companheiros que foram se tornando, mesmo que à distância, amigos e amigas para toda a vida.
O desafio da ocasião que se torna cada vez mais presente é o de promover a conservação dos sistemas naturais, contendo a mancha urbana, por meio de ações educadoras, especialmente as relacionadas ao plantio e manutenção de árvores, que promovam melhorias nas condições existenciais, inclusive com alternativas de geração de trabalho e renda.
Cumprimento a todos aqueles e aquelas que alimentaram esse sonho e estão levando-o adiante e coloco o Laboratório de Educação e Política Ambiental da ESALQ/USP, a Oca, a disposição de vocês para colaborar nessa caminhada.

Marcos Sorrentino possui graduação em Biologia e Pedagogia e mestrado em Educação pela Universidade Federal de São Carlos. Doutorado em Educação e pós doutorados no Departamento de Psicologia Social da Universidade de São Paulo e no Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília, onde também foi pesquisador colaborador. Foi Diretor de Educação Ambiental do Ministério do Meio Ambiente e assessor especial do Ministro da Educação, para a construção da política ambiental do MEC. Tem experiência na área de Educação, com ênfase nos seguintes temas: educação ambiental, políticas públicas e planejamento de futuro na direção de sociedades sustentáveis. Participa, desde os anos anos 70, de entidades ambientalistas, de cidadania e de educação ambiental. Foi docente no Departamento de Educação na UNESP, campus de Assis e. desde 1988, no Departamento de Ciências Florestais da ESALQ/USP, atualmente como professor livre-docente, coordena o Laboratório de Educação e Política Ambiental (Oca) .

Cajamar em destaque

O Programa de Jovens – Núcleo Cajamar, é instituído através de lei (Lei Municipal nº , e coordenado pela Diretoria Municipal de Meio Ambiente. De acordo com a legislação, é obrigatória a abertura de uma turma por ano de 30 estudantes. No ano de 2015, realizou-se o processo seletivo no mês de fevereiro, através de avaliação, dinâmica e entrevista. Iniciou-se as aulas no dia 03 de março de 2015. Abaixo a primeira foto da turma e dos jovens em sala.
1ª Foto do Grupo PJ-MAIS Cajamar 2015
Jovens da turma de 2015 em sala de aula
Em 23 de março os estudantes do Programa de Jovens – Cajamar 2015 fizeram a sua primeira visita técnica a horta da prefeitura, na ocasião os alunos foram guiados pelo responsável, tiraram as suas dúvidas e escolheram os alimentos que iriam utilizar na elaboração de sucos naturais. As fotos abaixo são durante a visita. Os jovens tiveram oficinas sobre noções de nutrição, nas quais elaboraram como produto exemplos de cardápios com uma alimentação mais equilibrada e saudável.








A partir das aulas de Sustentabilidade, Permacultura, Eco-bairro e outros conceitos relacionados a como criar espaços mais sustentáveis, os jovens planejaram e projetaram eco-técnicas para aplicação na sala. Uma das atividades escolhidas, foi a decoração da sala através do reuso de jornais e revistas, deixando-a mais bonita e aconchegante. Abaixo a foto dos jovens em ação.



Texto e fotos: Equipe local do Núcleo de Educação Ecoprofissional de Cajamar


quinta-feira, 14 de maio de 2015

Um pouco de história... com Sérgio Zaratin

Foto: Emplasa. Programa de Gestão
do Conhecimento 
e Inovação

"É até um pouco difícil tentar definir em poucas palavras o que a RBCV representa para mim; tento:


É um espaço onde se pode encontrar os melhores exemplos de companheirismo e de disposição para a luta coletiva em favor do meio ambiente e de nossa tão maltratada cidade; como disse uma vez um colega argentino de uma das Reservas da Biosfera daquele país, num evento no Uruguai - é um espaço onde as coisas podem acontecer; é um espaço de liberdade, também; e um exemplo de como a ação do Poder Público, ao lado da comunidade, pode ser desenvolvida sem cooptação e com verdadeiro espírito democrático; na RBCV pude encontrar oportunidades de colocar meus pontos de vista críticos em relação às questões ambientais e do planejamento, que, ao longo de quase 30 anos de atuação no planejamento metropolitano da Grande São Paulo, me foram repetidamente cerceadas; é, antes de tudo, um espaço de esperança.


São muitos os momentos que eu poderia considerar marcantes ao longo dos perto de 20 anos em que estive ligado à RBCV; sem dúvida, um dos mais destacados foi o dia em que o Conselho, reunido ainda em caráter transitório, apreciou e aprovou o Estatuto, contando com a participação inestimável de nosso companheiro Mauro Vitor; um segundo, talvez, tenha sido o dia da reunião do Conselho, então já plenamente instituído e em funcionamento regular, na qual se aprovou a entrada como Conselheiros de pessoas que haviam se formado no Programa de Jovens; e um terceiro, sem dúvida, foi o da mais recente comemoração de aniversário da RBCV.

Creio que o maior desafio da Reserva, hoje, e nos tempos por vir, seja o de encontrar meios próprios para sustentação e alargamento de suas atividades, reduzindo a dependência dos recursos do Estado para tanto; isso permitirá, com certeza, que a RBCV consiga potencializar as horas a ela dedicadas por seus Conselheiros, aumentando seu potencial crítico e sua vigilância quanto às condutas públicas e privadas no País que estão como que permanentemente ameaçando nosso patrimônio ambiental e nossa cultura."


Sérgio Zaratin é nascido em São Paulo, corintiano desde 1942, quando descobriu a preferência. Estudou em escolas públicas: Caetano Campo (1944/51); Roosevelt/CE Cuy Barbosa (1952/54), FAUUSP (1956/60). Arquiteto e urbanista, pertenceu ao quadro técnico da EMPLASA, desempenhando várias funções. Sua experiência em planejamento urbano e metropolitano o credenciou como consultor em diversas prefeituras municipais. Possui trabalhos de planejamento em outros estados e no exterior. 
Principais trabalhos: Planos Diretores (municipais) - Mogi das Cruzes (1967 e 2003); Bragança Paulista (1967); Presidente Prudente (1970); São Caetano do Sul (1969 e 1989); Barra Mansa (1971); Salvador/BA (1977/79 e 2003/04); Cotia (1985); Campo grande/MS (1986/87); Suzano (1993); Ubatuba (1994); Embu (1994/95); São Sebastião (1997); Santana de Parnaíba (2004); Atibaia (2006); Guararema (2015 - em curso).Planos Metropolitanos: RM Salvador (Preliminar) (1969); RM São Paulo (PMDI 1970; PMDI iII 1982; PMD 1994).

Integrou o Comitê Transitório da RBCV, de 1994 a 1995, onde trabalhou na definição das funções, objetivos e sistema de gestão da Reserva da Biosfera.  Foi presidente do Conselho de Gestão da RBCV, de 2005 a 2008. Atualmente, tem assento no Conselho de Gestão, na bancada não-governamental, como convidado. 




O perfil dos alunos do Programa de Jovens em Cajamar

Foto: Elaine Rodrigues

Em Cajamar,  nos dias 12 e 13, os alunos do Programa de Jovens - Meio Ambiente e Integração Social (PJ-MAIS) tiveram aula teórica sobre pesquisa de opinião e aplicaram uma pesquisa de opinião sobre resíduos sólidos para os moradores da cidade.

Para início dos trabalhos, foi elaborado o perfil dos alunos do PJ-MAIS de Cajamar, pelos próprios alunos, em um texto construído coletivamente.

Foto: Elaine Rodrigues

Perfil dos alunos do PJ-MAIS de Cajamar

"O município de Cajamar surgiu em 1938. Atualmente possui uma população de 69.549 habitantes. O Programa de Jovens de Cajamar foi instituído em 2006. O curso trata do meio ambiente. As matérias estudadas até agora foram: o uso da linguagem e visitas técnicas. O curso está sendo muito essencial para nós, pois assim conseguimos interagir com a sociedade.
Foto: Elaine Rodrigues

Na aula do dia 12 de maio de 2015, aprendemos a elaborar uma pesquisa de opinião. Onde estudamos o perfil dos alunos, como idade, local onde mora, número de pessoas na família, etc. Com isso, nos informamos sobre o que é uma pesquisa de opinião.

A maior parte do alunos do Programa de Jovens de Cajamar mora no distrito de Jordanésia (47%), 16% mora em Polvilho e 16% no KM 43 da Anhanguera, 11% no Centro de Cajamar, no distrito de Ponanduva mora 5% e em Caieiras mora 5% dos alunos. A idade dos alunos varia de 13 a 16, sendo que a maioria tem 15 (37%) e 16 anos (37%). 

Nessa pesquisa de opinião realizada na sala de aula, foram entrevistadas 19 pessoas, 53% são homens (N=10) e 47% são mulheres (N=9).

Nas casas dos alunos do PJ-MAIS, moram 2 (10,7%); 31,3% das casas têm 3 pessoas; 31,3% moram em 4 pessoas; 21,4% moram em 5 pessoas e 5,3% moram em 6 pessoas.

Ao serem questionados sobre continuidade dos estudos, todos os alunos do PJ-MAIS pretendem fazer faculdade, conforme tabela ao lado."




Autores: João Pedro (14), Karina (15), Paula (14), Rian (15), Karine (13), Poliana (13), Beatriz (13), Kevin (13), Matheus (13), Alan (14), Guilherme (13), Davi (13).

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Escassez de água no mundo em 2050


Segundo adverte a FAO e o Conselho Mundial de Água (CMA), em 2050, embora o cenário seja de água suficiente para a produção de alimentos para uma população mundial superior a 9 bilhões de pessoas, o consumo excessivo, a degradação dos recursos e o impacto das mudanças climáticas reduzirá a disponibilidade de água em muitas regiões, especialmente nos países em desenvolvimento.


O documento "Hacia un futuro con seguridad hidrica y alimentaria (Towards water and food secure future) enfatiza a necessidade de políticas governamentais e investimentos dos setores público e privado para assegurar que a produção agrícola, pastoril e pesqueira se realize de forma sustentável, promovendo a conservação dos recursos hídricos.

Foto: Consumo Consciente ABC
Essas atuações são essenciais para reduzir a pobreza, aumentar a renda e garantir a segurança alimentar de muitas pessoas que vivem nas zonas rurais e urbanas. "A segurança alimentar e hídrica estão estreitamente unidas. Cremos que desenvolvendo os enfoques locais e com os investimentos adequados, os líderes mundiais podem assegurar que haverá água em volume suficiente, com qualidade e acesso necessários para garantir a segurança alimentar em 2050", assinalou Benedito Braga, presidente do Conselho Mundial da Água. "A  essência do problema é adotar programas que incluam investimentos com benefícios de longo prazo, como a readequação de infraestruturas. A agricultura tem que seguir o caminho da sustentabilidade e não o da rentabilidade imediata".

"Em uma época de mudanças aceleradas e sem precedentes, nossa capacidade para promover uma alimentação adequada, inócua e nutritiva de forma sustentável e equitativa é mais relevante do que nunca. A água, como elemento insubstituível para a consecução deste fim, está sob pressão pela crescente demanda por outros usos, agravada por uma governança deficiente, falta de capacidade e falta de investimentos", afirmou a Diretora Geral Adjunta da FAO, Maria Helena Semedo.

Em algumas regiões do mundo, a agricultura intensiva, o desenvolvimento industrial e o crescimento das cidades são responsáveis pela contaminação das fontes de água. Para enfrentar a degradação e o desperdício da água, as instituições que gerenciam o recurso devem ser mais transparentes em seus mecanismos de regulação e fixação de preços, devendo outorgar direitos sobre a água de forma justa e inclusiva.

Os efeitos do aquecimento global, incluindo padrões irregulares de precipitação e temperatura e os fenômenos climáticos extremos mais frequentes - como secas e tempestades - deverão ter um impacto crescente, em particular sobre a agricultura e os recursos hídricos. As áreas com cobertura florestal (como o Cinturão Verde da cidade de São Paulo), são extremamente importantes para a produção e reservação de água: ao menos um terço das maiores cidades do mundo obtêm parte importante de sua água potável das áreas florestais. Essa constatação assinala a importância de intensificar esforços para proteger as florestas e as zonas montanhosas onde se origina grande parte da água doce no mundo. No caso da RBCV, essas políticas são urgentes e necessárias: o Cinturão Verde corresponde a apenas 7,6% do território do estado de São Paulo e contribui com a produção e reservação de 80% do volume de água outorgado pelo Departamento de Águas e Energia Elétrica para abastecimento público no Estado de São Paulo!
Serra de Itaberaba. Foto: Francisco Honda











Livro: "Para um futuro com segurança hídrica e alimentar"
Editora: FAO & WWC
Páginas: 76 pág.
Escritório: Natural Resources and Environment Dept.


quinta-feira, 7 de maio de 2015

Conselho de Gestão

Yara Maria Chagas de Carvalho

É presidente do Conselho de Gestão da RBCV, gestão 2015-2016 e conselheira representante da Comunidade Científica no CG-RBCV.

Possui graduação em Economia pela Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (1971), mestrado em Desenvolvimento Econômico da América Latina - Boston University(1976) e doutorado em Teoria Econômica pela Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (1990).
Fez dois pós doutorados: National Agriculture Library - Sustainable Agriculture Center (1995) e Cirad (2003).
Atualmente é efetivo do Instituto de Economia Agrícola da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios. Tem experiência na área de Economia, com ênfase em Economia Agrária e dos Recursos Naturais, atuando principalm
ente nos seguintes temas: gestão de bacias hidrográficas, território, sistema agrário, agricultura familiar, agroecologia e sistemas de garantia com controle social e certificação.
Teve atuação em ONGs como a Associação de Agricultura Orgânica  (AAO), da qual foi presidente. Atualmente desenvolve ações junto ao Instituto Auá/AHPCE.
E-mail: yacarvalho@iea.sp.gov.br 

Secretaria Executiva

Elaine Aparecida Rodrigues

Esta coordenadora da Secretaria Executiva da RBCV desde fevereiro de 2014, promovendo iniciativas de avaliação dos ecossistemas, protagonismo juvenil, planejamento e ordenamento territorial e criação de áreas protegidas.
Possui graduação em Administração e mestrado em Integração da América Latina pela Universidade de São Paulo.
É pesquisadora científica do Instituto Florestal desde 2004 e atuou como Diretora Administrativa de 2009 a 2012.
Trabalha com a aplicação de métodos de avaliação e de valoração de serviços ecossistêmicos e com abordagens de integração de serviços ecossistêmicos em políticas públicas. Destaca-se a atuação em processos de criação de Unidades de Conservação, a avaliação de serviços ecossistêmicos da RBCV, a incorporação no aperfeiçoamento de políticas públicas de ordenamento territorial. Desde 2006 coordena atividades de iniciação científica júnior, com reconhecimento nacional e internacional como ação de popularização da ciência.

E-mail: elainearodrigues@gmail.com   /  erodrigues@if.sp.gov.br
Fone: (+55 11) 2232-3216

Educar pela ciência -

Foto: André Pimentel*
Parque Perequê. Foto: André Pimentel 
"O nosso trabalho fala sobre o Parque Perequê, um lugar de lazer e calma, onde passa um rio com o nome Perequê, acessível para o público de todas as idades. Lá é uma unidade de conservação, onde pode haver contato humano, porém sem degradação ao Meio Ambiente. Têm varias trilhas e pontos muito bonitos onde passam o rio e muitas pessoas gostam de visitar o lugar. O Parque é cercado de mato onde há muitas espécies nativas de árvores e várias espécies de animais.
Foto: Elaine Rodrigues
Amanda e Heloisa, NEE Cubatão.
Foto: Elaine Rodrigues
Esses detalhes atraem muitos turistas e a população da nossa cidade mesmo. Mas tem muita gente que não gosta de fazer trilhas e prefere ficar próximo da entrada do parque. 
Nosso grupo está estudando o Parque com o objetivo de saber o quanto ele é importante para o sequestro de Carbono" (Amanda Meira, 17 anos e Heloísa Almeida, 18 anos).


Para desenvolver o trabalho sobre pontos de turismo alternativo em Cubatão, nos reunimos em grupos para discutir sobre os atrativos do município que iríamos utilizar em nosso trabalho, preenchendo formulários para cada um dos pontos turísticos, com isso descobrimos lugares que não sabíamos que existia em nossa cidade. Foi uma forma de conhecer nosso município em uma dinâmica.
Foto: Elaine Rodrigues
Vinicius e Shaieny, NEE Cubatão
Foto: Elaine Rodrigues
Na aula de hoje sistematizamos os questionários de identificação de atrativos, em seguida criamos uma tabela para catalogar os dados dos atrativos identificados. Foram identificados pelos alunos do Programa de Jovens um total de 49 atrativos, sendo 24 na categoria social, 11 culturais, 8 naturais, 4 históricos e 2 esportivos (Shaieny Souza, 18 anos e Vinicius Morais, 16 anos).

NEE Parelheiros.
Foto: Elaine Rodrigues
NEE Cajaar.
Foto: Elaine Rodrigues
 Com esse mesmo espírito investigativo, os alunos de Cajamar (à esquerda) e de Parelheiros (à direita) deram continuidade, durante esta semana, aos seus projetos científicos, sob orientação da pesquisadora Elaine Rodrigues. Parabéns a todos por superarem seus desafios e se tornarem sujeitos, protagonistas de sua própria história.








quarta-feira, 6 de maio de 2015

Biodiversidade da arborização urbana de São Paulo


Foto: Elaine Rodrigues
A expansão urbana na cidade de São Paulo se deu sobre áreas e habitats biologicamente críticos, com alterações severas na forma da paisagem e com consequências sobre suas funções e usos (1). Essa expansão envolveu especulação em terras varzeanas, grilagem de espaços baldios, construção de marginais em terraços artificiais com quebras de funcionalidade no urbanismo urbano (2)

Foto: Elaine Rodrigues
Na cidade de São Paulo, com exceção das grandes extensões de matas presentes nas unidades de conservação do sul e do norte da cidade e de fragmentos mais íntegros dispersos principalmente pelas áreas periurbanas do município, a vegetação urbana apresenta diferentes graus de alteração fisionômica e estrutural, caracterizada pela elevada presença de espécies exóticas, retirada de material lenhoso e ornamental, uso de fogo, pisoteio, área intensamente impermeabilizada, degradação do solo, entre outros vetores de pressão.
Foto: Elaine Rodrigues

Ampliar o conhecimento sobre esses "vazios urbanos"  (3) correspondentes às praças de São Paulo é objeto de estudo da RBCV e do Instituto Florestal em parceria com a Universidade Nove de Julho, com levantamentos de biodiversidade arbórea realizado em nove praças do distrito de Santa Cecília.
Foto: André Arratia


Foram levantados os indivíduos presentes nas praças: Antonio Cândido de Camargo, Julio Prestes, Largo Santa Cecília, Marechal Deodoro, Olavo Bilac, Padre Luis Alves Siqueira Campos, Princesa Isabel, Torquato Tasso Neto e Vicente Celestino. Em uma área de 70.600 m2 foram identificados 809 indivíduos.
Foto: Elaine Rodrigues
Participam desse estudo os pesquisadores do Instituto Florestal Edgar de Luca, Elaine Rodrigues João Batista Baitello, Osny Tadeu de Aguiar e a estagiária Alessandra Silva. A Universidade Nove de Julho conta com a participação do professor Maurício Lamano Ferreira e do pós-graduando em engenharia ambiental André Arratia.

Autoria: Elaine RODRIGUES.
Referências:
(1). UNITED NATIONS HUMAN SETTLEMENTS PROGRAMME. Cities and Climate Change: Global Report on Human Settlements 2011. Earthscan, 2011.
(2). AB'SÁBER, A. N. São Paulo: ensaios entreveros. Edusp, 2004.
(3). SECRETARIA of the Convention on Biological Diversity. Cities and Biodiversity Outlook. Montreal, 2012.




segunda-feira, 4 de maio de 2015

Um pouco de história...com Ondalva Serrano



A RBCV, como conceito e proposta de ação difusora da visão sistêmica de nossa realidade multidimensional, do uso de abordagens transdisciplinares para ampliação da capacidade dessa leitura de mundo, em processo constante de mudança e das ações recomendadas de intervenção co-responsável dos seres humanos  em seu meio, é fundamental para se corrigir e assegurar a continuidade da vida humana neste planeta.

Ao mesmo tempo ela estimula a construção de políticas publicas de conscientização humana, social e ambiental, abrindo espaços educadores e conscientizadores, com suas linhas de ação reveladoras das leis que regem a biodiversidade e dão suporte às interações entre os setores: publico privado e sociedade civil organizada para a co-construção do coletivo sustentável.

Para mim a RBCV representou uma grande escola de vida, reveladora dos grandes potenciais do universo, em suas dimensões do macro ao microcosmo e de como a compreensão dessa interação em redes distribuídas em nosso contexto local ajudam o ser humano a descobrir seu programa potencial de ser criativo e co-construtor de si e de seu meio socioambiental.


Creio que para todos que conviverem com a RBCV o exercício prático de sua missão, vai representar a oportunidade constante de aprendizados das ações interativas responsáveis pela autoconstrução humana e a co-construção de seus meios socioambientais sustentáveis.


    O processo formador da RBCV, na década de noventa, deu um novo rumo à minha vida pessoal, social, profissional e cidadã. Estando diretora de agricultura e abastecimento da Prefeitura de São Roque na primeira gestão municipal, resultante do movimento das “Diretas Já”, onde pudemos de 1983 a 1992 contribuir com a implantação do programa municipal de sustentabilidade local; onde nosso setor envolvia o sistema de horta municipal para a produção de alimentos orgânicos responsável pelo abastecimento de toda a alimentação escolar do município, então com cerca de 70 mil habitantes; organização e condução da feira direta do produtor ao consumidor aos domingos; o serviço de extensão rural com posto de monta e inseminação artificial em bovinos para ampliar a capacidade de produção de leite para a população local; e a primeira escola municipal de agricultura orgânica para crianças do ensino fundamental. 


      Ao ser convidada para fazer parte da equipe da RBCV, que se estruturava nos espaços do IF/SMA no final de 1993, pude vivenciar o processo de estruturação e organização das linhas de ação, pensadas pela equipe, para essa importante figura da UNESCO; paralelamente nos foi dada a oportunidade de conceber uma  proposta metodológica do curso de Práticas Agroflorestais e participação Juvenil -  O caso de São Paulo a pedido da FAO /ONU para a RBCV em fase de estruturação e formalização; a não implementação deste Programa pelo governo do estado de São Paulo, na ocasião, nos levou a focar a atenção na proposta da UNESCO de Paris apresentada para a RBCV no ano seguinte, solicitando a construção de proposta metodológica para a formação ecoprofissional de jovens do ensino médio para sua preparação para o ecomercado de trabalho em fase de identificação e fortalecimento.

Estes desafios trazidos por estas oportunidades me possibilitaram integrar as experiências vividas nos 10 anos de ESALQ como professora docente a tempo integral, com as vivencias da prática na política publica municipal de São Roque, de busca da sustentabilidade local; política esta traduzida pelos investimentos em produção e abastecimento de alimentos orgânicos, para a alimentação escolar e das famílias pela compra direta; ações estas geradores de maior nível de saúde da população ao lado de investimentos em acesso á educação para todas as suas comunidades. 

Desta forma minha vida ganhou mais sentido. Transitar pelas capacitações de equipes intersetoriais dos municípios que passaram a integrar a Rede do PJ- Meio Ambiente e Integração Social, ao lado dos estudos de mercado, identificando em cada região os potenciais locais de ecomercado de trabalho e de consumo forneceu instrumentais mais eficientes de intervenção nos meios socioambientais; eles foram a base para as ações que hoje desenvolvo de capacitação de equipes intersetoriais para se motivarem pela autoformação como ecoprofissionais, ou seja, ser humano que constrói seu perfil ecoprofissional em respeito ao seu programa genético de ser humano criativo, autoconsciente e autotransformador de si e de seu meio; em assim fazendo tornam-se mais produtivas e realizadoras as suas participações nos programas de políticas publicas de sustentabilidade local em seus municípios (Ondalva Serrano).


Ondalva Serrano é formada em Agronomia (ESALQ/USP), com especialização em Agronomia para o Desenvolvimento Integral (Centre International de Hautes Ètudes Agronomiques/França) e Doutorado em Agronomia (USP).Integrou o grupo de trabalho responsável pela criação do Programa de Jovens - Meio Ambiente e Integração Social (PJ - MAIS) principal linha de ação da RBCV. É consultora em educação integral e formação ecoprofissional de jovens; conselheira da AAO – Associação de Agricultura Orgânica e do Instituto Auá, responsável pela coordenação da Rede do PJ-MAIS.
  

Trilha do Rio Paraíbuna


Poder admirar uma bela cachoeira já é gratificante. Aliar essa atividade a uma calma caminhada pela preservada Mata Atlântica da Serra do Mar torna a Trilha do Rio Paraibuna um passeio bastante agradável. As quedas d’água do Rio Paraíbuna, entre elas a Cachoeira do Paredão, compõem essa trilha de 1,7 quilômetro, que é autoguiada, tem nível baixo de dificuldade e está aberta aos visitantes o ano inteiro.




O acesso à trilha está logo na entrada da sede do Núcleo Cunha do Parque Estadual Serra do Mar. No local há estacionamento, centro de visitantes com vista para a Cachoeira do Rio Paraíbuna, além de uma área para piquenique.Durante a caminhada, que dura em média uma hora, o visitante poderá observar muitas araucárias e palmeiras.A caminhada é tranquila, com o visitante desfrutando o visual de corredeiras e de quedas d’águas, como a do Paredão, que está localizada após uma descida de pedras que o deixará de frente para ela. Na região há também um poço profundo utilizado para banho.


Endereço: Estrada Municipal do Paraibuna, km 20
Distância: 200 km de São Paulo
Distância Município/Parque: 30 km (10 asfalto+20 terra)
Acesso: Rodovias Ayrton Senna/Carvalho Pinto. Seguir até a saída 129, acesso para Taubaté. Prosseguir pela Dutra até o trevo de Guaratinguetá. Seguir pela Rod. Paulo Virginio (SP-171) até o km 56 – Est. do Paraibuna
Extensão: 1,7 km (ida e volta)
Perfil altitudinal: 1.020m → 1.110m
Percurso: 1 hora
Piso da Trilha: terra
Características ambientais: Floresta atlântica de planalto.
Trilha: autoguiada
Fone: (12) 3111-1818 / 3111-2353
E-mail: 
pesm.cunha@fflorestal.sp.gov.br
Atrativos da trilha: Cachoeira do Rio Paraibuna; poços para banho; Cachoeira do Paredão; área para lanche.
Horário da trilha: das 08h00 às 16h00
Horário do Parque: das 08h00 às 17h00
Limitação de usuário: nenhum
Endereço: Estrada Municipal do Paraibuna, km 20
Acesso: Rod. Ayrton Senna ou Carvalho Pinto. Seguir até a saída 129, acesso a Taubaté. Prosseguir pela Dutra até o trevo de Guaratinguetá. Seguir pela Rod. Paulo Virginio até o km 56 – Estrada do Paraibuna
Fone: (12) 3111-1818 / 3111-2353
E-mail: 
pesm.cunha@fflorestal.sp.gov.br
Site: 
Parque Estadual da Serra do Mar – Núcleo Cunha
Horário da trilha: Das 08h00 às 16h00
Mais Informações acesse: http://trilhasdesaopaulo.sp.gov.br/